CANCRO ORAL
1 - O QUE É O CANCRO ORAL?
O cancro oral é definido pela Classificação Internacional de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afectam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta, (incluindo as amígdalas e a faringe).
A sua localização mais comum é no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e no palato mole.
Mais de 90% destes cancros são designados por carcinomas afectando o epitélio da mucosa oral. Os restantes correspondem a formas mais raras de tumores e incluem os linfomas, sarcomas, melanomas, etc.
O cancro oral está associado a índices de mortalidade elevados, que se deve em grande parte ao seu diagnóstico tardio.
2 - O CANCRO ORAL É FREQUENTE?
O carcinoma da cabeça e pescoço é o 6º cancro mais comum em todo o mundo e corresponde a cerca de 2.8% de todos os cancros. O cancro oral é mais frequente nos homens, acima dos 45 anos de idade, aumentando consideravelmente até aos 65 anos.
3 - QUAIS OS FACTORES DE RISCO DO CANCRO ORAL?
O tabaco e o álcool são os principais factores de risco no desenvolvimento do cancro oral. O fumo do tabaco está relacionado com diversas transformações na mucosa oral e tem um efeito carcinogénico directo nas células epiteliais.
Calcula-se que 8 em cada 10 doentes diagnosticados com cancro oral consumam ou tenham consumido tabaco, tendo estes doentes um risco 5 a 7 vezes superior de desenvolverem cancro oral quando comparados com não fumadores.
O cancro oral está, portanto, fortemente associado a um estilo de vida menos saudável, isto é, ao consumo de tabaco e álcool, associado a uma reduzida ingestão de vegetais e frutas e por isso pobre em alimentos contendo agentes anti-oxidantes.
4 - COMO SE MANIFESTA O CANCRO ORAL?
QUAIS SÃO OS SEUS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS?
Os carcinomas da cavidade oral podem manifestar-se como uma mancha, de cor variável, geralmente branca ou avermelhada, uma massa mais ou menos endurecida ou uma úlcera que não cicatriza.
A maior parte das lesões são indolores na sua fase inicial, tornando-se progressivamente dolorosas.
São exemplo de sinais e sintomas: úlceras persistentes, áreas endurecidas, áreas de crescimento tecidular, lesões que não cicatrizam, mobilidade dentária, dor, parestesia (perdas de sensibilidade), disfagia (dificuldade em deglutir), lesões brancas e vermelhas, linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados).
5 - COMO SE TRATA O CANCRO ORAL?
O cancro oral trata-se essencialmente com cirurgia e radioterapia, isoladas ou combinadas. O factor chave para o tratamento é o diagnóstico precoce das lesões, factor que melhora significativamente as taxas de sobrevivência à doença.
6 - O CANCRO ORAL MATA!
Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no diagnóstico e tratamento do cancro oral este continua a ter uma taxa de mortalidade bastante elevada. Estima-se que cerca de 6 em cada 10 doentes de cancro oral morram nos 5 anos após a data do seu diagnóstico.
O insucesso parece estar ligado ao facto de grande parte dos casos não serem diagnosticados atempadamente.
7 - COMO POSSO PREVENIR O CANCRO ORAL?
A prevenção do cancro oral passa por
· Adopção de um estilo de vida saudável;
· Cessação do consumo de tabaco;
· Diminuição do consumo de álcool;
· Consumo regular de vegetais frescos e frutas como factor protector;
· Visitas regulares ao médico dentista que permitam que tais lesões sejam diagnosticadas nas suas fases mais precoces.
8 - EM QUE CONSISTE UMA CONSULTA DE RASTREIO DE CANCRO ORAL?
Na consulta de rastreio de cancro oral o médico dentista procede a um exame visual de todas as estruturas orais (lábios, língua, gengivas, palato, bochechas, pavimento da boca, etc.) bem como das estruturas anexas à cavidade oral (ex.: glândulas salivares, pescoço). A palpação das estruturas orais e peri-orais é também efectuada para detectar eventuais aumentosdevolume e áreas endurecidas.
Podem ainda ser solicitados exames complementares de diagnóstico (ex.: radiografias).
Quando uma lesão suspeita é observada, a biopsia da mesma poderá ser aconselhada, permitindo a confirmação do diagnóstico inicial e os seus sinais de malignidade.
O risco de desenvolver um cancro na cavidade oral diminui com os anos de cessação tabágica. Após 15 anos da cessação, o risco aproxima-se dos valores de um não fumador.
O seu médico dentista é o profissional de saúde responsável pelo estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doenças dos dentes, boca, maxilares e estruturas anexas.
O médico dentista, pelo contacto regular com os seus pacientes, encontra-se numa posição privilegiada para contribuir no rastreio precoce e prevenção do cancro oral.
Consulte-o regularmente, pelo menos 2 vezes por ano.
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